Tensão entre Brasil x Israel.

Brasil x Israel.

Durante o período de guerra entre Israel e o grupo Hamas, que controla a Faixa de Gaza, o Brasil adotou uma posição crítica à ofensiva israelense, condenando o que chamou de “uso desproporcional da força” e defendendo o fim imediato dos ataques. Essa postura gerou uma reação negativa por parte de Israel, que considerou a posição brasileira “um apoio ao terrorismo” e chamou de volta seu embaixador em Brasília para consultas.

A tensão diplomática entre os dois países se agravou ainda mais quando o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, anunciou a abertura de um escritório comercial em Jerusalém, reconhecendo implicitamente a cidade como capital de Israel. Essa decisão contrariou a posição histórica do Brasil, que defende uma solução negociada para o conflito entre israelenses e palestinos, baseada na coexistência de dois Estados soberanos e na divisão de Jerusalém.

As consequências da relação diplomática entre Brasil e Israel podem ser diversas, tanto no plano político quanto no econômico. No plano político, o Brasil pode perder prestígio e influência no cenário internacional, especialmente no Oriente Médio, onde tem interesses estratégicos e comerciais. Além disso, o Brasil pode se distanciar de seus principais parceiros na América Latina e na Europa, que defendem uma posição equilibrada e multilateral para o conflito israel-palestino. No plano econômico, o Brasil pode sofrer retaliações comerciais por parte dos países árabes, que são importantes compradores de produtos brasileiros, especialmente de carne halal. Por outro lado, o Brasil pode se beneficiar de uma maior cooperação com Israel em áreas como tecnologia, inovação, defesa e segurança.

Relações diplomáticas entre Brasil e Israel

As relações diplomáticas entre Brasil e Israel remontam ao reconhecimento do Estado de Israel pelo Brasil em 1949, logo após a sua criação. Desde então, os dois países mantêm laços de cooperação em diversas áreas, como comércio, ciência, tecnologia, cultura e defesa. No entanto, as relações também passam por momentos de tensão, especialmente em relação ao conflito entre Israel e Palestina.

O Brasil tem uma posição histórica de apoio à solução de dois Estados para o conflito, baseada no respeito às resoluções da ONU e ao direito internacional. O Brasil defende o fim da ocupação israelense dos territórios palestinos, o reconhecimento mútuo entre Israel e Palestina, a garantia da segurança de ambos os povos e o diálogo como meio de alcançar a paz.

Israel, por sua vez, considera que o Brasil tem uma postura parcial e desequilibrada em relação ao conflito, que ignora as ameaças que Israel enfrenta de grupos terroristas e de países hostis na região. Israel também critica o apoio do Brasil ao reconhecimento da Palestina como Estado observador na ONU em 2012 e à abertura de uma embaixada palestina em Brasília em 2016.

Apesar das divergências políticas, os dois países buscam fortalecer os aspectos positivos da relação bilateral, que envolvem interesses econômicos, sociais e culturais. O comércio entre Brasil e Israel cresceu significativamente nos últimos anos, atingindo US$ 1,2 bilhão em 2019. Os dois países também têm acordos de cooperação em áreas como agricultura, saúde, educação, inovação e segurança pública.

Além disso, há uma forte presença da comunidade judaica no Brasil, estimada em cerca de 120 mil pessoas, que contribui para a aproximação entre os dois povos. O Brasil também recebe anualmente milhares de turistas israelenses, que buscam conhecer as belezas naturais e culturais do país.

As relações diplomáticas entre Brasil e Israel são complexas e multifacetadas, marcadas por convergências e divergências. O desafio para os dois países é encontrar pontos de entendimento e respeito mútuo, que possam favorecer a paz no Oriente Médio e o desenvolvimento de ambos os países.

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