Israel em guerra: o que aconteceu no dia 07 de outubro de 2023?

No dia 07 de outubro de 2023, Israel foi surpreendido por um ataque maciço do grupo islâmico Hamas, que disparou cerca de 5 mil foguetes da Faixa de Gaza e infiltrou homens armados em território israelense. O ataque, reivindicado como o início de uma operação chamada 

“Tempestade Al-Aqsa”, causou a morte de pelo menos 22 pessoas e deixou centenas de feridos. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o país estava em guerra e ordenou uma resposta militar imediata.

O que motivou o ataque do Hamas?

O Hamas é um movimento de resistência palestino que controla a Faixa de Gaza desde 2007, após expulsar o seu rival Fatah, que governa a Cisjordânia. O Hamas é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia, mas também tem apoio de países como Irã, Turquia e Qatar. O grupo defende a libertação da Palestina e a destruição de Israel, e se opõe aos acordos de paz entre os dois lados.

O ataque do dia 07 de outubro foi justificado pelo comandante militar do Hamas, Mohammad Deif, como uma resposta aos ataques às mulheres, à profanação da mesquita de al-Aqsa e ao cerco de Gaza. A mesquita de al-Aqsa, localizada na Cidade Velha de Jerusalém, é um dos locais mais sagrados para os muçulmanos e também é reverenciada pelos judeus como o Monte do Templo. O local é frequentemente palco de confrontos entre palestinos e forças israelenses.

Já o cerco de Gaza se refere ao bloqueio imposto por Israel e Egito à faixa costeira desde 2007, como forma de isolar o Hamas e impedir o contrabando de armas. O bloqueio restringe a entrada e saída de pessoas e mercadorias, afetando a economia, a infraestrutura e a qualidade de vida dos cerca de 2 milhões de habitantes de Gaza.



Como foi a reação de Israel?

Israel reagiu ao ataque do Hamas com uma ofensiva militar chamada “Operação Muralha Defensiva”, que envolveu ataques aéreos, terrestres e navais contra alvos do grupo palestino em Gaza. As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que destruíram bases do Hamas, túneis usados para infiltração, depósitos de armas e lançadores de foguetes. As FDI também anunciaram que capturaram vários militantes do Hamas que tentaram entrar em Israel por meio de parapentes.

Além disso, Israel convocou reservistas militares e mobilizou tropas adicionais para reforçar a segurança nas fronteiras com Gaza e com o Egito. O governo israelense também declarou estado de emergência em várias cidades atingidas pelos foguetes do Hamas, como Tel Aviv, Jerusalém e Sderot. As autoridades pediram à população que seguisse as instruções de segurança e se abrigasse em locais protegidos.

Qual foi o impacto humanitário do conflito?

O conflito entre Israel e Hamas causou um alto custo humano para ambos os lados. Segundo o serviço de emergência israelense Magen David Adom (MDA), pelo menos 22 pessoas morreram em Israel devido aos foguetes do Hamas, incluindo uma mulher grávida e três crianças. Outras 320 pessoas ficaram feridas, sendo 70 em estado grave. O MDA também relatou que atendeu casos de trauma psicológico causado pelo pânico e pelo estresse.

Já em Gaza, o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas informou que pelo menos 120 pessoas morreram em decorrência dos ataques israelenses, incluindo 31 crianças e 20 mulheres. Outras 900 pessoas ficaram feridas, sendo 300 em estado crítico. O ministério também denunciou que os ataques israelenses danificaram hospitais, clínicas e ambulâncias, dificultando o atendimento aos feridos.

Além das fatalidades e dos feridos, o conflito também provocou deslocamentos forçados, destruição de infraestrutura e escassez de recursos básicos. Segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), cerca de 10 mil pessoas buscaram abrigo em escolas da agência em Gaza, fugindo dos bombardeios. A UNRWA também alertou que a situação humanitária em Gaza era crítica, com falta de água, eletricidade, combustível e medicamentos.



Quais foram as reações internacionais?

O conflito entre Israel e Hamas gerou reações diversas da comunidade internacional. Alguns países manifestaram apoio a Israel e condenaram o ataque do Hamas, como Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França e Canadá. O presidente dos EUA, Joe Biden, afirmou que Israel tinha o direito de se defender e ofereceu ajuda para restaurar a calma. O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, também expressou solidariedade a Israel e pediu o fim imediato dos ataques do Hamas.

Outros países manifestaram apoio à Palestina e criticaram a ofensiva de Israel, como Irã, Turquia, Qatar, Rússia e China. O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, acusou Israel de cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade em Gaza. O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, chamou Israel de “estado terrorista” e disse que o país estava cometendo um “genocídio” contra os palestinos. O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, pediu que Israel cessasse os ataques a Gaza e respeitasse os direitos legítimos dos palestinos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) também se pronunciou sobre o conflito, expressando preocupação com a escalada da violência e o risco de uma guerra total. O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou para que as partes envolvidas cessassem as hostilidades imediatamente e retomassem o diálogo. O Conselho de Segurança da ONU realizou uma reunião de emergência para discutir a situação, mas não chegou a um consenso sobre uma declaração conjunta.



Quais são as possíveis soluções para o conflito?

O conflito entre Israel e Hamas é parte de um conflito maior entre israelenses e palestinos, que dura há décadas e envolve questões históricas, religiosas, territoriais e políticas. A solução definitiva para esse conflito depende da vontade das partes em negociar uma paz duradoura e justa, que respeite os direitos e as aspirações de ambos os povos.

No entanto, no curto prazo, é possível buscar medidas para reduzir a tensão e evitar mais mortes e sofrimento. Algumas dessas medidas são:

– Um cessar-fogo imediato e incondicional entre Israel e Hamas, mediado por atores internacionais confiáveis pelas partes, como Egito ou Noruega.

– Uma ajuda humanitária urgente para Gaza, coordenada pela ONU e por organizações não governamentais, para fornecer água, comida, medicamentos e abrigo aos afetados pelo conflito.

– Uma investigação independente sobre as violações dos direitos humanos cometidas por ambos os lados durante o conflito, conduzida pelo Tribunal Penal Internacional ou por uma comissão especial da ONU.

– Um diálogo político entre Israel e a Autoridade Palestina, que representa os palestinos da Cisjordânia, para retomar o processo de paz interrompido desde 2014. Esse diálogo deve abordar as questões centrais do conflito, como a posição de Jerusalém.

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